Barjas Negri
Em todos os municípios do Brasil, é muito difícil organizar os serviços de emergências médicas, principalmente devido à imprevisibilidade dos problemas sazonais. Verão muito quente e Inverno exagerado, provocam doenças nas pessoas susceptíveis às variações climáticas bruscas, ampliando a demanda por atendimentos emergenciais.
Em Piracicaba não é diferente. No entanto, temos uma peculiaridade que beneficia muito a população: cinco unidades de saúde para o pronto-atendimento (COT, Piracicamirim, Vila Cristina, Vila Rezende e Vila Sônia), todas implantadas em meados dos anos 90, dentro da política de descentralização da época.
Qual era o quadro em 2004 quando disputávamos as eleições municipais? A estrutura física das unidades de saúde, por não receber manutenções periódicas e adequadas, estava com muitos problemas, equipamentos e aparelhos muito velhos, precisavam ser renovados. O desconforto era geral, inclusive para os profissionais. Havia apenas 65 leitos de retaguarda nos prontos-socorros, insuficientes para a demanda, dificultando o bom atendimento à população. Além do mais, a cidade e a população cresceram muito nos últimos 15 anos.
Era, portanto, imperativo programar expressivo investimento nessas unidades para melhorar e humanizar o atendimento, o que fizemos ao longo do nosso mandato. A 1ª ação foi implantar o serviço de Raio-X no pronto-socorro da Vila Rezende. Isso mesmo! Lá não havia sequer aparelho de Raio-X. A 2ª foi regularizar o abastecimento de insumos e medicamentos que sempre estavam em falta. A 3ª, programar ampla reforma, adaptação e ampliação das unidades, duplicando o número de leitos de retaguarda para 130. E a 4ª, a instalação da Central de Ortopedia em um prédio adequado, saindo do local improvisado.
A Central, que estava na Vila Independência, passou para o Bairro Alto, atrás da Santa Casa, em melhores condições, mas ainda assim adaptado. A 5ª atitude foi ampliar os serviços de Raio-X em quase todas as unidades de pronto-socorro que funcionam 24h. 6ª, ampliar o número de servidores para melhorar o atendimento em cada unidade, sobretudo médicos, mediante concurso ou plantões suplementares.
Chegamos ao final de 2008 com os serviços ampliados e, além disso, implantamos no Piracicamirim o serviço de humanização indicado pelo Ministério da Saúde, que passou a dar resultados ainda melhores. Em Santa Terezinha, reformamos e ampliamos o pronto-socorro para dar suporte a uma importante e moderna Policlínica, com serviços especializados à população. Enfim, todas as unidades receberam investimentos que ultrapassaram a casa dos R$ 7 milhões, entre obras e novos equipamentos, tornando-se o maior investimento na saúde em um único mandato.
Com nossa reeleição, avançamos ainda mais. Construímos uma nova sede para o SAMU e compramos mais UTIs móveis e ambulâncias, dando maior agilidade ao atendimento. Construímos a moderna Central de Ortopedia e Traumatologia (COT) na Vila Monteiro.
Transformamos as 4 unidades de emergência em UPAs, conforme recomendação do Ministério da Saúde. Mais recentemente, descentralizamos os serviços do SAMU com unidades no Cecap/Eldorado e Vila Rezende, para atender toda a cidade, sem perder tempo em longas distâncias e salvando mais vidas.
Qual o resultado de tudo isso? O número de exames de Raio-X, que era de 124.413 em 2004, passou para 190.392 em 2011, crescimento de 53%. O SAMU chega em 2011 com 32.545 atendimentos. O número de plantões médicos/mês passou de 1000, em 2004, para 1300 em 2011. Cresceu também o número de atendimentos nas unidades de emergência (veja quadro).
Secretaria Municipal de Saúde | |
atendimentos nas emergências - 2011 | |
Unidade | Nº de atendimentos |
Central de Ortopedia - COT | 76.461 |
UPA Piracicamirim | 115.313 |
UPA Vila Cristina | 120.357 |
UPA Vila Rezende | 53.443 |
UPA Vila Sônia | 100.616 |
Total | 466.190 |
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde | |
De forma geral, a oferta de mais médicos permitiu a melhoria no atendimento e a redução da espera. É claro que ainda temos filas e reclamações, no entanto, há um esforço cada vez maior da Secretaria de Saúde e de seus profissionais para aprimorar o sistema. Afinal, as pessoas que se dirigem as UPAs ou ao COT querem ser atendidas e ter seus problemas resolvidos. É por isso, que não paramos os investimentos em saúde e não deixamos de realizar concursos públicos para repor a saída de servidores. Para se ter uma ideia, aplicamos quase R$ 28 milhões/ano para manter as cinco unidades de emergências funcionando e em ordem.
Barjas Negri é prefeito de Piracicaba
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