por José Antonio de Godoy
Barjas Negri tem dito reiteradas vezes em seus pronunciamentos públicos que sua gestão está sendo marcada por uma corrida de obstáculos para recuperar o tempo perdido por falta de investimentos dos governos anteriores na infraestrutura da cidade.
À revelia do desenvolvimento econômico, de fato, houve um vácuo de pelo menos 10 anos sem grandes obras, o que resultou em muitos gargalos nos serviços públicos, seja na saúde, na educação ou no trânsito, para ficar apenas em alguns exemplos, gerando muito descontentamento da população.
O bom desempenho de seu primeiro governo, marcado por um ritmo incomparável de ações, reanimou os eleitores. Tanto é que sua popularidade superou os 80% de aceitação, permitindo o segundo mandato. O segundo governo não tem nada a desejar do primeiro em dinamismo e resultados.
Mas todos nós sabemos que conforme os serviços públicos vão melhorando, a população vai se tornando mais exigente. Por isso, o prefeito costuma observar que o desenvolvimento local está tão acelerado que as administrações vindouras não poderão sequer perder o ritmo de trabalho da atual gestão, sob o risco de haver novos retrocessos.
Esta fase auspiciosa que Piracicaba vive e que a gestão pública vive é resultado do encontro de dois fatores consideráveis. A economia brasileira melhorou muito depois do Plano Real e a cidade soube escolher um homem que tinha a dimensão exata de seu tempo e de seu compromisso.
Longe de esperar que as coisas caiam do céu, seu governo corre atrás de resultados concretos e realistas. E a população tem reconhecido esse estilo, que ficou mais evidente na inauguração do viaduto “Chicão”, na Vila Rezende, no ano passado.
Espirituoso, Barjas aproveitou a ocasião para ironizar aqueles que o criticaram pelo fato de a obra ter atrasado seu cronograma. “Peço desculpas à população pelo atraso”, disse compenetrado. “Não pelo atraso entre o tempo previsto pela minha equipe e o que levou de fato até esta inauguração. Mas pelo atraso de 10 anos até que alguém tivesse coragem de fazer com que esse viaduto saísse do discurso e se tornasse realidade”.
Os aplausos soaram como um manifesto de aprovação, reforçando o clima adequado para o descerramento da faixa e a liberação do trajeto para os veículos. Ao longo de sua fala, o prefeito deixou explicado também que não tem se dedicado em obras de vida útil curta, mas de no mínimo 30 anos. “Pensamos no futuro, em um futuro melhor para a nossa gente, com vagas nas creches, melhoria na educação, um hospital regional, mais emprego e renda, mais qualidade de vida”.
Esse desenvolvimento sustentável tem exigido uma visão estratégica e de planejamento que não se perdesse em subjetividades. No caso do sistema viário, está sendo feito um exercício de polichinelo para transformar o que era uma malha para carroças em um ambiente que permita o escoamento de uma frota gigantesca de veículos, que tende a crescer a cada dia. Isso é fato, não fantasia.
Sendo assim, depois de investir pesado em saúde e educação, o governo investiu na melhoria e ampliação das principais vias da cidade. Construiu pontes, duplicou a Estrada do Bongue, aproximando a região Norte do Centro. Em parceria com a iniciativa privada, deve inaugurar ainda este ano a ponte do Canal Torto, permitindo que os treminhões não precisem transitar pela malha urbana da região norte para escoar a cana de açúcar às usinas.
O anel viário, que também terá um começo, meio e fim até 2013, será um passo fundamental para tirar os veículos pesados da área de maior adensamento populacional. Somadas a novas intervenções, previstas e em andamento, para equacionar pontos nevrálgicos da cidade, teremos em breve um ponto de relativo equilíbrio em nosso sistema viário, que já está perceptivelmente melhor.
Enfatizando, não dá para parar por aí. A Hyundai está chegando. Com a expansão do Parque Tecnológico, das Etecs e Fatec, dos novos condomínios residenciais, temos um horizonte promissor para a economia local, o que demandará mais investimentos em serviços públicos. Alguém pode dizer: “Mas a cidade está preparada para este crescimento?” Não só está, como deveria estar bem antes, há pelo menos 10 anos.
Esse desempenho todo é fruto de uma política de resultados e não de discursos. Um atraso pode ser tecnicamente justificado. A omissão não se justifica. Esta é a resposta subjacente, que Barjas deixou endereçada aos seus opositores sobre o viaduto novo da Vila Rezende.
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