terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A omissão não se justifica

por José Antonio de Godoy

Barjas Negri tem dito reiteradas vezes em seus pronunciamentos públicos que sua gestão está sendo marcada por uma corrida de obstáculos para recuperar o tempo perdido por falta de investimentos dos governos anteriores na infraestrutura da cidade.

À revelia do desenvolvimento econômico, de fato, houve um vácuo de pelo menos 10 anos sem grandes obras, o que resultou em muitos gargalos nos serviços públicos, seja na saúde, na educação ou no trânsito, para ficar apenas em alguns exemplos, gerando muito descontentamento da população.

O bom desempenho de seu primeiro governo, marcado por um ritmo incomparável de ações, reanimou os eleitores. Tanto é que sua popularidade superou os 80% de aceitação, permitindo o segundo mandato. O segundo governo não tem nada a desejar do primeiro em dinamismo e resultados.

Mas todos nós sabemos que conforme os serviços públicos vão melhorando, a população vai se tornando mais exigente. Por isso, o prefeito costuma observar que o desenvolvimento local está tão acelerado que as administrações vindouras não poderão sequer perder o ritmo de trabalho da atual gestão, sob o risco de haver novos retrocessos.

Esta fase auspiciosa que Piracicaba vive e que a gestão pública vive é resultado do encontro de dois fatores consideráveis. A economia brasileira melhorou muito depois do Plano Real e a cidade soube escolher um homem que tinha a dimensão exata de seu tempo e de seu compromisso.

Longe de esperar que as coisas caiam do céu, seu governo corre atrás de resultados concretos e realistas. E a população tem reconhecido esse estilo, que ficou mais evidente na inauguração do viaduto “Chicão”, na Vila Rezende, no ano passado.

Espirituoso, Barjas aproveitou a ocasião para ironizar aqueles que o criticaram pelo fato de a obra ter atrasado seu cronograma. “Peço desculpas à população pelo atraso”, disse compenetrado. “Não pelo atraso entre o tempo previsto pela minha equipe e o que levou de fato até esta inauguração. Mas pelo atraso de 10 anos até que alguém tivesse coragem de fazer com que esse viaduto saísse do discurso e se tornasse realidade”.

Os aplausos soaram como um manifesto de aprovação, reforçando o clima adequado para o descerramento da faixa e a liberação do trajeto para os veículos. Ao longo de sua fala, o prefeito deixou explicado também que não tem se dedicado em obras de vida útil curta, mas de no mínimo 30 anos. “Pensamos no futuro, em um futuro melhor para a nossa gente, com vagas nas creches, melhoria na educação, um hospital regional, mais emprego e renda, mais qualidade de vida”.

Esse desenvolvimento sustentável tem exigido uma visão estratégica e de planejamento que não se perdesse em subjetividades. No caso do sistema viário, está sendo feito um exercício de polichinelo para transformar o que era uma malha para carroças em um ambiente que permita o escoamento de uma frota gigantesca de veículos, que tende a crescer a cada dia. Isso é fato, não fantasia.

Sendo assim, depois de investir pesado em saúde e educação, o governo investiu na melhoria e ampliação das principais vias da cidade. Construiu pontes, duplicou a Estrada do Bongue, aproximando a região Norte do Centro. Em parceria com a iniciativa privada, deve inaugurar ainda este ano a ponte do Canal Torto, permitindo que os treminhões não precisem transitar pela malha urbana da região norte para escoar a cana de açúcar às usinas.

O anel viário, que também terá um começo, meio e fim até 2013, será um passo fundamental para tirar os veículos pesados da área de maior adensamento populacional. Somadas a novas intervenções, previstas e em andamento, para equacionar pontos nevrálgicos da cidade, teremos em breve um ponto de relativo equilíbrio em nosso sistema viário, que já está perceptivelmente melhor.

Enfatizando, não dá para parar por aí. A Hyundai está chegando. Com a expansão do Parque Tecnológico, das Etecs e Fatec, dos novos condomínios residenciais, temos um horizonte promissor para a economia local, o que demandará mais investimentos em serviços públicos. Alguém pode dizer: “Mas a cidade está preparada para este crescimento?” Não só está, como deveria estar bem antes, há pelo menos 10 anos.

Esse desempenho todo é fruto de uma política de resultados e não de discursos. Um atraso pode ser tecnicamente justificado. A omissão não se justifica. Esta é a resposta subjacente, que Barjas deixou endereçada aos seus opositores sobre o viaduto novo da Vila Rezende.

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