segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Centro de Especialidades Médicas: melhorias no atendimento

por Barjas Negri

Até 2004, a fila de espera por consultas no Centro de Especialidades Médicas, da Prefeitura, atrás do Mercado Municipal, era imensa e penalizava a população. Além da elevada procura por atendimento, faltavam médicos, o prédio estava há 20 anos sem reforma e muitas especialidades careciam de espaço adequado. A situação crítica exigiu a aplicação do nosso plano de descentralização do sistema de saúde. Com recursos do Estado e da prefeitura, o prédio passou por ampla reforma. Investimos em mobiliário, para dar conforto ao público, adquirimos equipamentos modernos, contratamos médicos e fortalecemos os mutirões. Em 2006, o espaço foi entregue novamente à comunidade.
A mudança na gestão deu resultado imediato. O número de consultas passou de 78.622, em 2006, para 105.123 em 2011, um aumento de 34%. O Centro oferece 34 especialidades e conta com equipe de 31 médicos, enfermeiros, atendentes, auxiliares de farmácia, fonoaudiólogas, nutricionista, telefonistas entre outros servidores. Além disso, está articulado com as outras unidades de saúde.
A ampliação no atendimento especializado em Piracicaba foi impulsionada também pelo Hospital Dia/AME, construído pela prefeitura e equipado pelo Estado para cirurgias de pequena e média complexidade. O ambulatório é gerido pela Fundação Unicamp e atende a região. Nele, o paciente é internado e fica algumas horas em observação no pós-operatório, voltando para casa no mesmo dia. Esse conceito permitiu que, em 2.011, o núcleo fizesse 21.247 consultas médicas, 5.728 pequenas cirurgias e 1.992 exames de ultrassom. O atendimento é focado em otorrinolaringologia, dermatologia, oftalmologia, cirurgia geral, cardíaca e pequenas intervenções ortopédicas. No caso desta última especialidade, o trabalho é em sintonia com a Central de Ortopedia e Traumatologia (COT). Com o Hospital-Dia/AME desafogamos também a Santa Casa e Fornecedores de Cana com as cirurgias eletivas, não urgentes.
No sistema público de saúde faltava, ainda, um núcleo especializado em problemas oftalmológicos. Criamos a Clínica de Olhos, que realizou 19.377 novas consultas médicas em 2.011, além de outros procedimentos de rotina. A estrutura conta com três equipamentos oftalmológicos e vários profissionais, dentre os quais, 8 médicos. A espera por atendimento oftalmológico, que era de quase dois anos, agora é bem menor, variando entre 30 e 45 dias.
A Policlínica de Santa Teresinha foi outra conquista da população. Com ela, a fila para cirurgia plástica reparadora, cauterização/freioplastia e prostatectomia (fimose) desapareceu. A espera, que girava em torno de três meses, reduziu para apenas uma semana. No mesmo espaço há um Núcleo de Atenção à Asma infantil e Atenção ao Idoso. Não paramos por aí. Criamos também a Clínica de Atenção às Doenças Metabólicas, que centraliza o atendimento médico e promoção à saúde com palestras, reuniões e cursos sobre as doenças correlatas, com destaque para o controle do diabetes e obesidade.
A articulação dos pedidos de consulta vindos das UBSs, PSFs e das unidades especializadas é feita pela Central de Relacionamento (Centrus), dos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde). Os pacientes são contatados e o agendamento se dá de acordo com horários e datas mais adequadas a cada um. Essa postura diferenciada também contribui para a redução das faltas às consultas, um número maior de pessoas pode ser atendido, com impacto direto na redução das filas.
Essa reengenharia fez com que das 34 especialidades médicas oferecidas, 24 estão disponíveis em até uma semana; cinco em até 30 dias e mais 5 em um prazo superior a 30 dias. Sendo assim, o sistema público de saúde de Piracicaba tem demonstrado, em muito casos, ser mais eficaz do que o sistema privado. Basta comparar.
É fato que convivemos com uma demanda sempre crescente. Além do aumento natural da população, a melhoria da qualidade dos serviços tem atraído muitas famílias que migram do sistema privado. Esse processo é natural e legítimo, porque o acesso ao SUS é um direito universalizado. Por isso, o processo de melhoria não pode parar, o que exige expansão de acordo com a realidade, sintetizada em investimentos criteriosos do poder público.
Barjas Negri é prefeito de Piracicaba

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